
Eu e tu...
Neste dia...
Ali,
onde a terra se acaba
e o mar começa...
Até o pôr do sol é diferente!
Contigo...
As conversas são como as cerejas e, sem fugir à regra e a este ditado, normalmente fala-se, fala-se, fala-se...e muda-se de tema, enrolando os fios de conversa, como de uma trança se tratasse. Hoje, também não fui excepção. Neste belo dia 8 de Dezembro, em que se celebrava antigamente o dia da Mãe, festejei junto da minha segunda Mãe (a minha avó Maria da Conceição, claro) o seu aniversário. A família reune-se, e eu sinto aquele calor da minha família, que me gerou e me criou e me tornou naquilo que sou. Família é, por si só, tudo na vida de alguém. Porque é ela que ajuda quando precisamos, porque é ela que se lembra sempre de nós, porque é a ela que corremos quando tudo nos despreza. Porque ela é parte de nós. Agradeci à minha avó toda a minha vida. E ela sorriu-me. "Se hoje sou feliz, é porque sinto-me realizada porque vos ter concebido. A ti e à tua mãe. Isso vale tudo, mais nada importa." Não Avó, enganas-te. Nunca quiseste acreditar que não vens ao mundo para dar aos outros o melhor. E tu? Ter-te-ás esquecido de ti? Achas que isso já não importa?Recuso-me a pensar que serei assim, conformada com o curso de vida que o destino me der. Não acredito que o amor morre com a idade. Não pode ser. Que sentido faria lutarmos toda a vida para depois sermos infelizes nos últimos dias da nossa vida? Eu sei que és feliz com o amor que te damos, mas será isso suficiente? O amor pode resfriar porque já não temos a garra e energia de outrora, mas perdê-lo?Será isso natural? E poder-te-ás sentir realizada e feliz com isso? O amor existe, eu sei, e tu e o Avô gostam-se, mas e as demonstrações? Não serão precisas? Tanta pergunta me deixaste a pairar na cabeça. E agora eu deixo-te uma reflexão no ar... Quando era mais pequena e via os meus pais aos abraços e aos beijos, perguntava à minha mãe: Mãe, gostas mais do Pai ou de mim? E ela respondia-me sempre: São amores diferentes, minha filha! Amo-vos por igual...